EvanNews #1: O Retorno
Aqui, eu te conto as principais notícias do dia, provavelmente depois que elas aconteceram, mas com meu jeitinho único
Antes de tudo…
…deixa eu contar o que é isso que você está lendo.
Há uns cinco anos, eu trabalhava em uma agência de publicidade aí. Eu fiz alguns projetos legais lá (outros nem tanto…), mas nenhum rendeu tanto resultado quanto uma bobeira chamada EvanNews.
Basicamente, eu aproveitava que eu já lia as notícias todo dia de manhã, e mandava links com meus comentários idiotas para o pessoal. Meu chefe sugeriu que eu fizesse isso por e-mail, para todos. Depois, para as outras empresas dele… Ele até criou um blog para mim, no site da empresa, e eu achei que minha fama estava chegando.
Até que, depois de uns meses, ele me demitiu. Não por isso, claro. Mas, de qualquer forma, o EvanNews morreu.
Desde então, eu sempre tentei me manter escrevendo. Tentei várias plataformas. A primeira tentativa que deu certo foi o TikTok, onde eu faço vídeos de curiosidades (e eu escrevo os roteiros, então não deixa de ser relacionado com a escrita).
Os vídeos de curiosidades estão dando certo porque eu AMO fazer isso — eu sou um cara curioso, por excelência. Gosto de pesquisar sobre as coisas e acho que sei contá-las para os outros de um jeito legal.
Mas fazer vídeo sobre tudo que acontece no dia a dia é impraticável. Eu ainda preciso trabalhar com o que me dá dinheiro e criar conteúdo pra internet é só um hobby. Por isso, fazer essa newsletter é a maneira que eu encontrei de reviver esse projeto que eu curtia tanto.
E, claro, se bastante gente se inscrever, eu vou conseguir monetizar isso. No Medium, que eu usava antes, isso não era possível.
Vamos às notícias!
A edição de hoje é bem experimental: eu ainda to aprendendo a usar o Substack. Mas eu prometo que, nos próximos dias, as coisas vão melhorar.
1. O arcabouço (ou esqueleto) fiscal
Uma das principais notícias dos últimos dias — e que deve ser o assunto da semana nos jornais — é o novo arcabouço fiscal que o governo está propondo para substituir o teto de gastos. A Ana Carolina, do podcast da Bloomberg Linea, sugeriu chamar de esqueleto fiscal, mas não colou.
Mas o que é um arcabouço fiscal?
Bom… Esse é o nome estranho que o governo deu para o conjunto de regras que vão limitar os gastos públicos, no lugar da antiga. Enquanto o teto de gastos só usava a inflação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criou umas regrinhas a mais. Por isso, talvez, inventaram esse nome de arcabouço. Em resumo, as regras são:
o aumento dos gastos públicos será condicionado a um aumento da receita;
o aumento dos gastos será de, no máximo, 70% do aumento da receita.
o aumento dos gastos deve ficar entre 0,6% e 2,5% do PIB.
Isso significa que, para o governo investir como deseja, as receitas têm que aumentar, certo? Mas calma que os impostos não vão aumentar — ao menos não por enquanto.
O Haddad disse que vai taxar coisas que não são taxadas atualmente, como as compras online internacionais (nossos mimos da Shein) e os sites de apostas esportivas. O blog da Andreia Sadi (queen) noticiou que isso vai render uns 12 a 15 bilhões pro governo.
Mas a maior fonte de novas receitas será a mudança em incentivos fiscais a empresas: uma isenção de ICMS estadual não vai mais entrar no cálculo dos impostos federais. E aí são mais 90 bilhões de receita (Fonte).
Só que tudo isso são hipóteses, por enquanto. A verdade é que o Haddad ainda precisa usar seu charme para aprovar o projeto do arcabouço fiscal na Câmara. Ele tem apoio do Artur Lira, o que é bastante coisa, mas o projeto ainda pode passar por mudanças.
2. O ChatGPT vai roubar meu emprego
No ano passado, só se falava em metaverso. Agora, a menina dos olhos do mundo tech é o ChatGPT. Entre redatores, como eu, o clima é de barata voando: ele pode escrever muito bem e, em algumas tarefas, substituir a gente.
Eu escrevi pro TecMundo sobre as profissões que mais estão em risco com o ChatGPT — a minha, inclusive. Mas tem várias que estão em alta.
E o Átila, aquele que ficou famosão com a pandemia, publicou um vídeo ótimo sobre esse assunto: a IA está crescendo, não tem como evitar. Mas ela não tem pensamento crítico, nem julga as informações que escreve. Por isso, comete uns erros e cria textos rasos, muitas vezes.
A inteligência humana pode resolver isso, se a gente quiser. Mas se a gente não souber usar a inteligência artificial direito, podemos acabar com uma imensidão de conteúdo sintético “burro” — que vai ser usado pra retroalimentar as próximas versões da IA.
A real é que o ChatGPT ainda não faz tudo sozinho, mas é um ótimo assistente pra nos ajudar a fazer. Eu escrevi sobre isso para o blog de um cliente, o Confi, pensando no contexto dos contadores. Mas mesmo eu, como redator, to usando bastante — não pra escrever, claro, mas pra ter ideias.
E é claro que uma tecnologia revolucionária como essa ainda vai gerar bastaaaaaante discussão. Na Itália, por exemplo, já falaram sobre banir o ChatGPT porque ele capta muitos dados dos usuários (via TecMundo). Vamos ver o que vem por aí.
3. É o fim do home office?
Uma das principais notícias do dia no LinkedIn é que o número de vagas de trabalho remoto está diminuindo: de 40% em 2022 para 25%, esse ano.
Além do seu chefe, que adora um microgerenciamento, parece que existe uma união de forças poderosas para defender o trabalho presencial — pois dependem dele para encher os bolsos de dinheiro. Sem trabalhao presencial, você:
precisa menos de transporte.
não tem porque morar num apê minúsculo e caro no centro da cidade.
não precisa comprar tanta roupa nova.
Isso sem falar no mercado de imóveis comerciais. Basicamente, o capitalismo precisa que a gente saia de casa, pro dinheiro continuar circulando. É mais um motivo pra eu continuar como freela, já que vai ser difícil achar um bom trabalho remoto.
Por hoje, isso é tudo pessoal!
Como eu disse, essa foi uma edição experimental, ainda. Mas eu to bem animado pra recomeçar esse projeto. Inscreva-se para receber meu giro de notícias no seu e-mail.